O conceito de metaverso ainda se encontra em fase de construção, figurativamente e literalmente, mas pode ser interpretado como uma visão futura da internet que pode ser mais imersiva e abrangente, com a probabilidade de que headsets de realidade virtual (ou RV) e realidade aumentada (ou RA) tenham um grande papel conforme as experiências on-line pareçam mais reais e, possivelmente, substituam algumas atividades do mundo real.
O termo tem sido utilizado para uma grande variedade de tecnologias progressistas, jogos e iniciativas focadas em NFTs (tokens não fungíveis), e é considerada a próxima grande evolução da internet. Acredita-se que o metaverso não será apenas uma plataforma, mas uma coleção imersiva de espaços digitais e mundos navegados via avatares 3D, com a utilização de tecnologia blockchain e a movimentação de ativos baseada em NFTs.
Corporações, Venture Capital e Private Equity já investiram mais de US$ 120 bilhões no metaverso nos primeiros 5 meses de 2022, mais do que o dobro investido em 2021 US$ 69 bilhões. A maior parte dos investimentos foi feita por grandes empresas de tecnologia, destacando-se a compra da Activion por US$ 69 bilhões pela Microsoft.
De acordo com o estudo “Value creation in the metaverse “ da McKinsey, o metaverso pode gerar um impacto de até US$ 5 trilhões até 2030, equivalente a terceira maior economia de hoje, a do Japão. O impacto potencial varia em cada indústria, com destaque para o e-commerce, que deve movimentar cerca de US$ 2 trilhões à US$ 2,6 trilhões; A aprendizagem virtual, que deve chegar valores entre $ 180 bilhões à US$ 270 bilhões; Na publicidade o impacto deve ser de US$ 144 bilhões à US$ 206 bilhões; E o mercado de games deve movimentar de US$ 108 à US$ 125 bilhões.
No último dia 21 de junho, houve o anúncio de uma organização chamada de “Metaverse Standards Forum”, composta por 35 empresas de tecnologia, com destaque para as gigantes Meta, Microsoft, Alibaba e Sony. O objetivo do fórum é a coordenação e cooperação entre as empresas que estão participando na criação e competição do metaverso. Por outro lado, a organização tem levantado ceticismo de algumas pessoas ligadas a Web3, como é o caso de Yat Siu, fundador e presidente-executivo da Animoca Brands, empresa de software e capital de risco responsável por inúmeros projetos de metaverso, ele acredita que o modelo de negócios dos grandes conglomerados de tecnologia é fundamentalmente incompatível com um metaverso descentralizado e aberto, uma vez que empresas Web2 dependem justamente do acesso exclusivo aos seus dados.
Mediante às expectativas de crescimento e o alto envolvimento das maiores empresas do mundo, é impossível não pensar na bolha da internet dos anos 2000. Na época, o excesso de confiança em empresas de tecnologia levou investidores a injetar recursos massivos no setor, que acabou com um prejuízo de mais de US$ 5 trilhões, quando inúmeras empresas fecharam a porta em meio à crise especulativa.
Neste contexto, é fundamental que os investidores procurem considerar as receitas, geração de caixa, perpetuidade e retorno sobre o investimento de uma empresa em suas análises.