O mercado farmacêutico no país deve movimentar aproximadamente R$ 223 bilhões, de acordo com um estudo da VIVEO, considerando todos os modelos de atuação, desde o mercado institucional público e privado, até logística, varejo e serviços. E se olharmos para os últimos 12 meses, o setor cresceu em média 10,3%, segundo levantamento mais recente da IQVIA.
Estes números – impressionantes – foram obviamente catapultados pela pandemia do COVID-19 quando os investimentos e a demanda por serviços e produtos de saúde tiveram atenção inédita, tanto global quanto nacional. O tamanho do aumento na demanda fica evidente quando comparado com o crescimento do país, que no mesmo período atingiu a marca de 1% ao ano, segundo o IBGE.
O setor vem apresentando forte movimento de consolidação pelo crescimento inorgânico por fusões e aquisições. Juntas, as duas empresas líderes do segmento de distribuição de medicamentos VIVEO (VVEO3) e ELFA adquiriram mais de 20 empresas entre 2021 e 2022. Esse movimento tende a se manter devido ao período de pandemia que impôs novos desafios à sociedade como também pela forte fragmentação do setor de distribuição de medicamentos.
Além disso, o setor vem experimentando novas soluções estratégicas para o mercado como o conceito “one-stop-shop” atendendo os mais diferentes tipos de clientes no canal em que se encontrem. Outro exemplo são os chamados serviços “intra-hospitalar” onde são oferecidos além dos medicamentos o serviço de gestão, permitindo aos clientes contratantes – em sua maioria hospitais – foco na atividade core deixando questões relativas a estoques, pessoal farmacêutico etc. a cargo do parceiro contratado. Esse modelo permite também economia financeira, já que reduz o investimento em capital de giro na aquisição dos medicamentos.
Outra estratégia que vem sendo adotada é o fornecimento de medicamentos para pacientes com tratamentos de comorbidades. Notadamente esse público apresenta baixa adesão na rotina de medicamentos o que encarece sua jornada para operadoras de saúde pois caso não seja realizado tal tratamento as chances de o paciente retornar ao plano de saúde são grandes, o que pode gerar um custo muito alto para os convênios, além de doenças mais graves para o paciente.
Por fim, as mudanças nos modelos de negócios passam até por se transformarem em empresas financeiras, as chamadas fintechs, auxiliando clientes como laboratórios na contratação de linhas de crédito, aumentando a base de receitas por cross selling.